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Belo Apocalipse | Greys Anatomy 05x09

por psicólogo Otavio Fernandes Macedo, CRP 06/141924


Oláááá pessoas, tudo bem?


Voltamos a mais uma edição do Psicologia em Série e hoje vamos continuar a nossa caminhada com relação a construção da identidade, partindo de episódios de Grey’s Anatomy.


Hoje vamos falar sobre a ‘maturação’ e ‘cultura’, como características que compõe essa formação. Eu escolhi falar dos dois num só texto para poder usar como exemplo um episódio da temporada 9, sendo esta aquela que eu mais gosto, que é o episódio 5, nomeado de “Belo Apocalipse”.


Neste episódio, Cristina Yang, agora não mais aluna, vive a amizade com o Dr. Craig Thomas, o cardiologista mais antigo do hospital em que foi trabalhar. Acostumada com a rotina, experiências, correria e emoções que vivenciou enquanto residente, num outro lugar do país, com outras pessoas, outras formas de pensar e ver a vida, outra cultura organizacional, a médica precisa lidar com uma maneira diferente de atuar na medicina.


Custou para que entendesse que ali, no novo hospital, não seria como no Seattle Grace Hospital, portanto, teria que se acostumar. E para aprender, aproveitou a amizade que Craig Thomas a oferecia.


Acontece que no episódio, o Dr. Thomas tem um infarto e vem a falecer e Cristina volta para Seattle. E eu vejo que esse episódio pode elucidar muito bem nossa discussão.


A maturação é o processo de desenvolvimento biológico. Neste episódio, nos deparamos com duas pessoas com momentos de maturação biológica diferentes: um idoso e uma adulta. Tal momento da vida de ambos é fundamental para que a amizade fosse bem fundamentada: Já idoso, Dr. Thomas anseia reviver seus feitos enquanto ensina Yang; esta, compreendendo o que pode aprender e a riqueza dessa amizade, dá o devido valor, de forma madura, assim como se espera de uma pessoa adulta.


Tal época da vida, já possibilitado pelo desenvolvimento e maturação biológica, permite que ambos entendam a situação em seu contexto. A postura que Dr. Thomas teve durante os episódios em que apareceu e a mudança de comportamento da médica diante daquilo que o idoso oferecia a ela (da desvalorização para aproximação e aprendizagem), não é o que esperamos de uma criança ou até mesmo de um adolescente: o de querer ensinar ou reviver memórias e o de saber valorizar os mais velhos, manusear instrumentos médicos e repensar sua prática.


A cultura do novo hospital é totalmente diferente daquela que Cristina estava acostumada. A maneira como pensam e agem está fora do repertório de comportamento da mesma e, uma vez que ela continuará trabalhando nele – este seria o objetivo (mas não darei spoilers rsrs) –, vê-se a necessidade de adaptar-se. A cultura do ambiente que vivemos direcionará a nossa forma de enxergar as coisas e como nos enxergamos.


É claro que ao chegar lá e nos primeiros dias, via-se como um ‘peixe fora d’água’, mas com o tempo, vai compreendendo a lógica do espaço e adaptando-se ao contexto. Você, hoje, pode não conseguir reparar, mas sua forma de viver a vida está intrinsicamente ligada à cultura da sua família, cidade, estado, país, profissão, enfim, por onde você passa.


Repare: Quais são seus comportamentos e que definem sua cultura? Como era quando criança e como você percebe hoje?


A resposta será sua compreensão sobre a maturação e a cultura. Até o próximo texto!


Otavio Fernandes Macedo é Psicólogo, CRP 06/141924. Trabalha com atendimentos de crianças, adolescentes e adultos em Mogi das Cruzes/SP. Acompanhe seu trabalho em:

Tel: (11) 99768-4519

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