por Ivanice Beatriz de O. Lopez CRP 07/28882
Em 2016 surgiu a primeira temporada de Atlanta, com 10 episódios com menos de 30 minutos cada um, adicionado ao canal da Netflix. Ganhou dois Globos de Ouro, dois Emmys e inúmeros prêmios. É uma série de humor, com equilíbrio entre drama e comédia.
A série conta a história de dois primos, o rapper Paper Boy (Brian Tyree Henry) e seu empresário "Earn" Marks (Donald Glover), que tentam alcançar a fama juntos. O enredo gira em torno de quatro personagens principais que são conduzidos a diversos contextos que surpreendem e enriquecem as cenas nos surpreendendo durante todos os episódios.
A primeira temporada de Atlanta nos cativa pelo seu senso de humor com que retrata a entrada do jovem negro na vida adulta com todos os obstáculos próprios do contexto em que está inserido. É uma série sobre a juventune negra, o cenário escolhido foi a cidade de mesmo nome, capital da Georgia nos Estados Unidos. Earn é um rapper fracassado que abandonou a faculdade e voltou para sua terra natal é posto fora da casa de seus pais, e que tem uma relação um tanto complicada com sua namorada/esposa com quem tem uma filha juntos, e que as vezes dorme na casa dela, outras vezes na casa do primo.
Earn vê em seu primo repper uma possibilidade de ganhar dinheiro e mudar de vida. Paper Boy é um músico em ascenção que quer ser reconhecido, faz alguns bicos para ganhar dinheiro que não é de forma legal
Vanessa (Zazie Beets) a namorada de Earn é uma mulher trabalhadora de personalidade forte que assume a casa e o cuidado da filha que os dois tem em comum, apesar de tumultuada a relação dos dois eles tem um envolvimento sincero e verdadeiro.
É mostrada pelos protagonistas temas bem fortes e bem atuais como homofobia, racismo, violência policial, drogas, dinheiro etc... Porém tudo é retratado com humor e leveza, ao mesmo tempo que nos faz refletir sobre todas estas questões.
Em um episódio Justin Bieber na série é negro, mostra o modo com que a mídia trata de forma diferente artista negros e brancos, mas da maneira inteligente com que foi feita este episódio cada um pode ter a sua opinião subjetiva pois cada pessoa pode absorver de maneira diferente o que ali foi apresentado.
O sétimo episódio me chamou atenção pela expertise com que colocaram temas tão polêmicos e atuais , porém com humor e leveza. A cena que se passa em um canal de televisão fictícia voltados para negros, evidenciando todo tipo de críticas sensacionalistas dentre elas a homofobia e transfobia, o racismo, o preconceito entre outros. Neste episódio é feita uma paródia imperdível da B.A.N (Black American Network, do canal real B.E.T, Black Entertainment Television). Que nos apresenta a cena como se estivéssemos assistindo um programa deste canal. Neste programa faz um debate entre Paper Boy e uma ativista LGBT que acusa o rapper de transfobia em suas letras. Deixando bem visível nesta entrevista que este tipo de programa tem mais a intenção de estimular o desentendimento entre os convidados, do que ter uma conversa em que os dois lados possam expressar os seus pontos de vista de uma maneira civilizada e respeitosa.
Se no início Earn, o protagonista se sentia desmotivado e desacreditado por praticamente todos, no final ele conseguiu superar os obstáculos, acreditou no seu potencial, ressignificou suas fragilidades e as transformou em oportunidades para seguir em frente rumo a busca de sua felicidade.
Ivanice Beatriz de O. Lopez é psicóloga Clínica e Escolar, CRP 07/28882. Atende adultos, adolescentes e crianças. Abordagem Terapia Cognitivo Comportamental - TCC. Graduada pela Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul – PUCRS. Atende em consultório Particular em Porto Alegre/RS Email: ivanicepsicologia@gmail.com
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