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A jornada de amadurecimento de Kitty Song-Covey

por Giovanna de Boni Fraga, CRP 07/29470

Se você busca uma série de drama coreano adolescente com um toque de comédia e uma

boa dose de romance, Com Carinho Kitty, é a série perfeita para você. Derivada dos filmes

"Para todos os garotos que já amei", a série conta com a jornada de Katherine Song-Covey

- ou Kitty para os íntimos - numa nova aventura em busca das suas origens em um diferente

país enquanto tenta escrever sua própria história. Com dez episódios de trinta minutos

podemos acompanhar o amadurecimento e desenvolvimento de Kitty, algo que nunca ficou

muito claro nos filmes já que na época ela tinha apenas nove anos de idade. Agora com

quinze anos, a irmã mais nova e extrovertida de Lara Jean e Margot, segue em uma jornada

totalmente única em um país distante. Mas ao contrário do que se pensa, Kitty não está

sozinha, ela tem o seu namorado virtual para acompanhá-la nessa trajetória de descobertas

e aprendizados. Pelo menos, era isso que ela esperava ao sair dos Estados Unidos e ir

direto para Coreia do Sul sem pensar duas vezes.


Como toda a adolescente repleta de planos e sonhos de futuro, Kitty tem a brilhante ideia

de morar perto do seu amado namorado Dae e de compreender mais do passado da sua

querida mãe. Para isso, ela se candidatou a uma vaga em uma escola coreana, a mesma

que sua mãe estudou quando tinha sua idade, sem que ninguém soubesse. Ao contrário do

que se esperava de dramas ou conflitos familiares sobre morar longe dos pais ou

responsáveis, Kitty não perde tempo e convence o pai de que é a decisão certa a se fazer já

que um futuro brilhante a aguarda. Então, logo no dia seguinte a jovem segue rumo a

Coreia do Sul sem saber o que a espera. Chegando lá, Kitty se vê perdida e confusa num

primeiro momento, não por mais, ela está em um país novo e diferente do habitual. Ainda

assim, ela segue em frente pois tinha o objetivo de estudar no Colégio Internacional da

Coreia do Sul, também conhecido como Kiss. Só que para sua infelicidade, não consegue

achar de primeira, nem segunda ou terceira. E ela que sempre foi muito articulada e

determinada com todo e qualquer desafio, acabou levando um encontrão de um carro de

uma garota chamada Yuri, que por sorte seguia pelo mesmo caminho do colégio.


Logo no seu primeiro dia escolar, Kitty se viu repleta de desafios que se contasse para as

suas irmãs, elas com certeza não iriam acreditar. A começar pelo fuso horário do qual não

teve nem tempo de se adaptar depois da viagem cansativa de doze horas. Ela não quis

dormir para evitar o jet lag, mas não teve jeito e acabou pegando no sono. Com isso,

acordou atrasada para a festa de boas-vindas dos novos alunos e do ano letivo que se

iniciava no dia seguinte. Quando chegou lá, descobriu que a garota que ofereceu carona na

verdade era namorada de Dae, seu até então namorado. Kitty ficou tão frustrada com a

situação que ao sair acabou tropeçando em uma mesa de bolinhos no meio do salão. Ela foi

para o quarto descansar de toda confusão, e pegou no sono em meio a lágrimas e

exaustão. Quando acordou na madrugada, ouviu os colegas de dormitório chegando da

festa, e teve a infeliz surpresa de saber que dividia o quarto com o namorado e mais dois

amigos. Em suma, o primeiro dia do ano escolar não estava nada como havia planejado

quando saiu de casa naquela manhã.


Kitty cogitou voltar para casa no dia seguinte. E não apenas por conta de tudo o que havia

acontecido no dia anterior, mas também porque pela primeira vez na vida se sentiu deslocada e inadequada em um lugar que não conseguia nem sequer entender uma única

palavra. Ela que sempre tinha a última palavra para tudo, se sentia sem nenhuma para

contar história do que havia acontecido desde que chegou. Kitty não queria desistir, mas

não sabia o que fazer. Foi caminhando pelo campus da escola que avistou uma árvore

florida que havia visto antes em uma fotografia antiga. Ao se aproximar, ela se deu conta de

que era a árvore favorita de sua mãe. Ficou tão estarrecida que mal pode conter a emoção

de estar no mesmo lugar que sua progenitora costumava amar. Ela observou o lugar, e viu

mais detalhes que haviam sido capturados aos olhos da mãe bem ali na sua frente e

entendeu que era um sinal. Ali era o seu lugar, onde precisava ficar.


E foi exatamente o que fez. Kitty passou o primeiro semestre escolar na mesma escola em

que sua mãe estudou enquanto vivia as mais diversas aventuras e confusões no dia a dia.

Como por exemplo, perceber que o seu ex namorado estava em um relacionamento falso

com a garota que na verdade era lésbica e tinha uma namorada, mas que seus pais não

aprovavam. Depois, juntar um casal de amigos que se gostavam, mas que tinham suas

diferenças que os tornavam únicos como um par. Em seguida, constatar por meio de cartas

e fotografias, que sua mãe escondia um segredo para encobrir uma amiga, que hoje era a

diretora da escola que não ia com sua cara sem nenhum motivo aparente. Depois, se sentir

incapaz por ir mal na maioria das matérias, assim como se dar conta de que não sabia nada

sobre a cultura coreana. Além disso, se ver em um quadrado romântico do qual não

esperava se envolver, mas que aconteceu sem perceber. E para completar, descobrir que

seu pai não havia sido o primeiro grande amor de sua mãe. Ou seja, tudo aquilo que

acreditava saber sobre a vida e o amor, não era assim tão óbvio quanto pensava porque

nem tudo era como parecia ser.


Essa é uma questão interessante sobre a adolescência que podemos analisar através da

série. Pois como todo e qualquer adolescente, há um momento em que as crenças e

julgamentos acabam caindo por terra, e tudo aquilo que se sabia até então se percebe que

não é exatamente como se imaginava. Por isso, os sentimentos ficam ambíguos e confusos

porque há muitos questionamentos ao longo desse período de transição e amadurecimento.

Como a própria questão da sexualidade, que é muito bem retratada na série quando Kitty se

vê gostando de uma menina pela primeira vez na vida. Até então, ela nunca havia se

questionado, pois gostava profundamente do namorado, só que quando viu um brilho

diferente na garota que lhe ofereceu carona, começou a se perguntar. E não só isso, mas

também a questão do primeiro namorado, em que há uma esperança de que seja eterno

ainda que nada seja permanente. Porque existe uma expectativa, ainda mais na

adolescência em que elas são extremamente altas já que tudo é muito intenso e absoluto.


E claro não podemos esquecer do fato de que Kitty estava em um país totalmente

desconhecido e longe dos amigos e familiares. Ou seja, todo aquele período de lidar com os

desafios da adolescência, ela teve de enfrentar sozinha. Não que isso fosse um problema

para ela, já que sempre foi muito determinada e focada, ainda mais em unir casais

apaixonados. Ela que se denominada ‘’casamenteira’’ dos amigos e familiares, pois sempre

sabia quando alguém estava gostando de outra pessoa. Era um dom tão potente que nem

se deu conta de que para ela talvez as coisas fossem diferentes. Quando se mudou para a

Coreia do Sul, ela tinha certeza de que seu namorado era sua alma gêmea, porém alguns

acontecimentos a fizeram duvidar e se questionar sobre os seus próprios sentimentos.

Afinal, ele foi o seu primeiro amor só que eles já não eram mais os mesmos de quando se

conheceram. Eles cresceram e se desenvolveram, e apesar de quererem seguir juntos, não

estavam na mesma página. Logo Kitty, que tinha tudo como certo, já não sabia mais de

nada. As coisas já não eram assim tão óbvias. Ainda bem, pois ela estava crescendo e se

tornando alguém para além do que era conhecida até então.


Giovanna de Boni Fraga é escritora e psicóloga, formada pela PUCRS. Idealizadora do Projeto Porta Adentro: relatos de tempo em casa; Coautora do aplicativo Amar é; Editora da equipe Psicologia em séries.

Através do autoconhecimento e da escrita terapêutica ajuda pessoas a se conectarem com a sua própria criatividade para a resolução de problemas.

Atende crianças, adolescentes e adultos de forma presencial na cidade de Osório - RS, e online para as demais cidades do Brasil.

Seus interesses estão voltados no desenvolvimento do autoconhecimento através da escrita terapêutica, na criatividade como resolução de problemas, e na saúde e bem-estar através da atenção plena.


Acompanhe seu trabalho em:


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"Kitty Song-Covey’s coming-of-age journey in With Love, Kitty beautifully portrays the trials and tribulations of adolescence, exploring themes of self-discovery, relationships, and cultural adaptation. As Kitty navigates life in South Korea, her growth and newfound experiences make her realize that not everything is as it seems, from love to identity. The series blends romance with moments of personal reflection. For fans looking for a stylish, memorable way to show their love for the series, an embroidered varsity jacket can be a perfect fashion statement, symbolizing Kitty's bold adventures."

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Blog escrito por psicólogas e psicólogos de todo Brasil.

O conteúdo apresentado nos textos, assim como opiniões e interpretações sobre as séries, são exclusivas de seus autores. Não representam o entendimento de todos os profissionais.

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