por psicóloga Ângelo Rafael, CRP 01/17732
Em um mundo apocalíptico repleto de vampiros, o seriado “Van Helsing” conta a história da sobrevivência da espécie humana, que fica prejudicada nesse mundo onde vivem os mais espertos, ágeis ou que apresentam alguma habilidade especial, como a personagem Vanessa, uma mulher adulta que fica três anos desacordada, sendo vigiada por um soldado.
Ela acaba despertando após um ataque de vampiros, que, ao mordê-la, se livram da maldição de serem sedentos por sangue fresco e, assim, começa um enredo com muito mistério, traições, mortes, armas e sangue.
Essa série traz diversas reflexões a respeito das relações humanas, nas quais confiança e lealdade são os valores mais importantes para auxiliar na sobrevivência de pequenos grupos que são formados ao longo da trama. As leis e as regras não existem mais na humanidade e possíveis alianças com os vampiros podem se tornar uma forma de viver nesse mundo caótico.
Conflitos e questionamentos surgem nos personagens a respeito de quem eles são, o que se tornaram, quem gostariam de ser e como se definem como humanos. Muitos sentem-se perdidos por precisarem tomar decisões que vão contra sua índole devido ao terror e ao pânico que os paralisam.
O próprio nome da pessoa se torna um elemento ainda mais forte para constituir a sua identidade e unir-se ao outro para um objetivo comum, seja ele apenas a sobrevivência, a aniquilação de vampiros ou a procura por uma cura.
Um outro fator interessante observado em “Van Helsing” é a fé e a crença que os humanos apresentam em Vanessa, ela se torna um ícone da salvação da humanidade, a heroína que trará luz ao mundo das trevas.
Sua verdadeira identidade é revelada ao se encontrar com Dimitri, um líder poderoso dos vampiros e, assim, a personagem descobre o significado de ser uma Van Helsing, vulgo caçadora de vampiros.
E foi em 1897, em seu romance intitulado Drácula, que Bram Stoker criou a linhagem Van Helsing e, assim, deu nome ao símbolo da esperança que livraria os seres humanos da maldição de serem alimento de vampiros.
A série encontra-se disponível na Netflix, com duas temporadas, e é recomendada para as pessoas que se identificam com seres sobrenaturais e gostam de observar as relações humanas, como elas se transformam ao terem de lidar com a escassez em diversos níveis (alimentação, segurança, valores, afetos). E aí, vai encarar?
Ângelo Rafael (CRP 01/17732) é psicólogo, neuropsicólogo e especialista em avaliação psicológica.
Reside em Brasília, leciona cursos na área de avaliação psicológica, atua na clínica desde 2013 utilizando a abordagem da psicanálise, mas é apaixonado pela área desde seus 11 anos de idade.
Adora debater sobre a construção das carreiras dos psicólogos e também assuntos voltados para relacionamentos não monogâmicos e questões advindas do público LGBTQIA+.
Para entrar em contato e acompanhar seu trabalho, acesse Instagram:
E-mail: andy.rafaguima@gmail.com
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