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SuperMães e o lado que nem todo mundo vê

por psicóloga Mariana Gressler Volante Balardin, CRP 07/16141


Quando vi essa série pela primeira vez pensei: “Opa! Existe algo diferente aí!”. E realmente há. Supermães (WorkingMoms) apresenta um grupo de mulheres que são mães não apenas pelo olhar da maternidade, mas como pessoas além da parentalidade. Isso traz um colorido não apenas para a série, mas para o desenvolvimento de cada personagem.


A série começa apresentando um grupo terapêutico de mães em licença maternidade com seus bebês e inclui temas bastante importantes: puerpério (em diferentes contextos), retorno ao trabalho (com o “não se sentir pronta para retornar” e com o “preciso voltar urgentemente”), o processo de transição de filhas para mães, o difícil reconhecimento de si mesma após o nascimento do(a) primeiro(a) filho(a), sexualidade, amamentação, relações de gênero (na conjugalidade-parentalidade e no mercado de trabalho), diferentes configurações familiares (incluindo um casal de mulheres e uma mãe “solo”), crise de casais com filhos pequenos, divórcio, solidão materna, adoecimento psíquico, rede de apoio (muitas vezes invasiva e invalidante emocionalmente) e estilos de maternagem que passam por modelos familiares e experiências prévias que são mostradas aos poucos.


Com isso, pode-se pensar que SuperMães ilustra o “lado B” da maternidade, aquele que nem sempre é observado e validado: mães são pessoas singulares e ao mesmo tempo parecidas em suas necessidades emocionais. Mães são mulheres que possuem necessidades em diversas áreas da vida. E por vezes é um grande desafio dar conta de tudo. Aliás, é impossível. A conta muitas vezes não irá fechar e será necessário adquirir poderes de malabarista para atender a todas as demandas da vida. Em outros momentos, é fundamental fortalecer a capacidade de tomada de decisão, pois não se pode ter tudo (como se deseja) sempre. E tudo bem. Por isso, o autocuidado é tão importante. Inclusive para se conseguir uma boa dose de tolerância à frustração e bom humor. E uma rede de apoio conectada emocionalmente faz toda a diferença para poder ter saúde mental e também curtir o lado prazeroso de ser mãe & otras cositas más.


“Também” seria uma boa palavra para a reflexão dessa série: mãe é “mãe” e “também”... Esse “também” por vezes precisa ficar de lado para que os filhos sejam acolhidos em suas necessidades. No entanto, por vezes é preciso acolher esse “também” ou tantos “tambéns” que cada mulher irá buscar. Ambos podem ser saudáveis e extremamente necessários, cada um a seu tempo.


Outro aspecto interessante nessa série é o tempo de cada episódio, com menos de 30 minutos de duração. Quem é mãe sabe que um dos “tambéns” da maternidade é ter tempo livre para ver séries e ao mesmo tempo dar conta das demandas de sua rotina. Ou seja: SuperMães poderá gerar conexões emocionais com diferentes perfis de maternagem, em diferentes momentos e contextos!



Mariana Gressler Volante Balardin é psicóloga - CRP 07/16141 - especialista em Terapia Sistêmica e Cognitiva individual, de casal e de família (INTCC). Especialista em Avaliação Psicológica (UFRGS). Formação em Terapia do Esquema (Wainer Psicologia/ISST). Trabalha com educação socioemocional para famílias, casais e indivíduos nas temáticas: gravidez, puerpério, primeira infância, parentalidade e conjugalidade. Siga em: @psicologamarianabalardin

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