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A Penúltima Palavra, Das Letzte Wort - "Você verdadeiramente conhece seus familiares?"

por Ana Claudia Lopes Lourenço - CRP 5/41795


A Penúltima Palavra é uma série alemã que nos traz importantes reflexões sobre a vida, a morte, o luto e os relacionamentos. Neste texto focarei no tema "Relacionamentos", tomando como base o núcleo familiar de Stefan Fazius.


Na abertura dos capítulos vemos vários caixões fechados, identificados por códigos de barras, seguindo ordenados rumo ao forno crematório, enquanto ouvimos a música "I'm Gonna Live Till I Die (Eu viverei até morrer)" de Frank Sinatra. Esta abertura e esta música me fizeram pensar sobre o aproveitamento do nosso tempo enquanto estamos vivos pois, ao morrermos, seremos apenas um número, um código de barras, rumo às cinzas.


A série iniciou com a festa de vinte e cinco anos de casamento do casal Karla e Stefan Fazius. Durante a festa, Karla cantou uma música que havia feito para o amado, revelando quanto o amava e o conhecia bem. Quando a festa terminou, um aneurisma colocou fim à vida de Stefan, que morreu sentado à mesa da sala de jantar.


Karla, o filho Tonio e a filha Judith Fazius se reuniram para tratar do funeral de Stefan quando surgiram importantes revelações que mudaram os sentimentos e as certezas de todos os personagens.


Em casa, Karla encontrou um chaveiro no casaco de Stefan e descobriu que ele mantinha uma garagem como uma espécie de estúdio onde pintava e produzia sua arte. Karla também ficou sabendo que seu marido há anos não exercia a profissão de dentista e que suas finanças estavam abaladas. Diante da sua nova condição financeira, Karla resolveu trabalhar como oradora de funerais, já que tinha feito certo sucesso durante o funeral de seu marido.


A idéia de fazer velórios personalizados, ou seja, trazendo nas palavras do orador o real valor da pessoa que falecida, parecia uma boa idéia porém, Karla foi descobrindo que nem sempre o morto era tão amado pelos familiares e que muitas vezes, estes nem mesmo sabiam o que dizer sobre o finado.


Durante a trama fui percebendo que todos os personagens da família conviviam entre si, porém, nenhum deles estava realmente interessado um pelo outro. Tratavam-se usualmente pelos nomes e raramente usam os termos pai, mãe, filho ou filha. Fui percebendo que existia uma interação racional entre eles, porém, sem nenhuma conexão emocional. Em uma das cenas, quando a família se reuniu à mesa, na tentativa de se conhecerem melhor, Karla perguntou para Judith o que estava acontecendo no "mundo dela", deixando clara a existência desse afastamento.


Apesar de ter feito uma bela música de aniversário de casamento, conforme comentado acima no parágrafo terceiro, declarando o quanto conhecia o marido, concluí que a protagonista Karla, na realidade, desconhecia-o completamente.


Diante desta conclusão, eu convido o leitor às seguintes reflexões:

- O que seus familiares dirão sobre você no dia do seu funeral ?

- Você saberia o que falar sobre seus familiares em caso de falecimento?

- Você costuma prestar atenção na "penúltima" palavra que você diz para os seus, todos os dias?


Que possamos aproveitar todos os nossos relacionamentos da forma mais amorosa e positiva possível pois, querendo ou não, “a morte está sempre por perto".


Ana Claudia Lopes Lourenço é Psicóloga, Master Coach Pessoal e Consultora de Recursos Humanos.


Seu trabalho tem como base a Terapia Cognitivo-Comportamental e a Psicologia Positiva.


Acompanhe seu trabalho:





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