top of page

A escolha de Marta - Pequeñas Coincidencias T01

por psicóloga Tatiana Spalding Perez CRP 07/26032

Na primeira temporada de Pequeñas Coincidencias acompanhamos o processo de escolha conjugal da personagem Marta. Determinada a encontrar o homem ideal para ser pai de seus filhos, Marta se vê em dúvida entre Javi e Mário.

Bom, como a série é uma comédia romântica que tem Marta e Javi como principais, nós já sabemos desde o início qual será a decisão de Marta. Porém, tem momentos que é difiicl defender Javi. E Mário, como Marta mesma diz, "parece perfeito demais".

Desencontros à parte, ao longo da série acompanhamos Marta avaliando prós e contras de cada um dos homens por quem está interessada e buscando identificar neles como seria a vida a dois a longo prazo e como seriam como pais. A questão é que por mais que Marta tenha alguns critérios conscientes (e que apontam sua escolha para Mario), ela segue desejando Javi e até mesma intrigada por ele.

Aqui entra o ponto que quero trazer para reflexão: a escolha conjugal é multifatorial, ou seja, são diversos os motivos que fazem uma pessoa escolher outra para uma relação. Nem sempre estas escolhas são claras, pois são atravessadas por crenças culturais, familiares, individuais e até mesmo orgânicas. Porém, devemos tomar cuidado para que este entendimento não seja desculpa para escolhas ruins. Sabe a famosa ideia do "dedo podre"? Pois bem, "dedo podre" nada mais é do que seguir insistindo em relacionar-se com pessoas que não nos fazem bem ou que se mostram distantes dos nossos valores.

Na série nós sabemos pouco das escolhas anteriores de Marta, conhecemos apenas seu desejo por encontrar alguém que a ame de verdade (e demonstre amor a ela) e que deseje se comprometer na construção de uma família. E nisto vemos sua escolha sendo pautada ao longo de toda primeira temporada. Mário correspondendo sempre a este desejo (às vezes até exageradamente) e Javi instável, imaturo e inseguro (o que também precisamos considerar que mostra, de certa forma, um aspecto saudável). Marta, assim, escolhe, consciente de que fez uma escolha.

E aqui entra a principal mensagem que quero deixar neste texto: relacionamentos são escolhas tomadas todos os dias. Todos os dias você escolher estar naquela relação, com aquela pessoa. Você já parou para pensar nisso? O que te faz estar na relação que você está hoje? O que te faz escolher ele/a hoje? O que te faz permanecer com quem você está?

Finalizo aqui com esta reflexão. Ops! Só mais uma consideração: não poderia encerrar sem dizer que em um mundo onde o poliamor fosse aceito, talvez Marta não precisasse passar por este sofrimento da escolha. Mas isso é assunto para outro momento...


Tatiana Spalding Perez é psicóloga, CRP 07/26032 com Especialização em Terapia Sistêmico-Cognitivo de Famílias e Casais. Idealizadora do projeto SER TERAPEUTA DE CASAL, leva conhecimento teórico e prático a psicólogas que tem interesse em atender casais.

Acompanhe seu trabalho em:

57 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

1 comentário


beatrizpitta77
11 de mai.

O Javi não é imaturo. Muito ao contrário. Vivia plenamente uma vida que gostava e muito, sendo plenamente feliz com suas escolhas profissionais e amorosas. A cada ano que passa, vemos mais homens se desinteressando pela vida conjugal, usando seu dinheiro apenas para o próprio bem estar, sem o risco de perder tudo em um divórcio, inclusive os filhos. E eles tem cada vez menos menos vontade de ter filhos. Independente do porquê, homem tem o direito de decidir se quer ou não ter filhos e não deveria ser julgado como imaturo por sua decisão, apenas porque não atende aos padrões estabelecidos.

Ele não queria ser pai e não queria se casar. E só "mudou" por ser assombrado por um…

Editado
Curtir
bottom of page