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Sessão de Terapia

por psicóloga Luciana Lopes CRP 06/51376-2


Escrever sobre “Sessão de Terapia” é para mim muito prazeroso! Não só pelo fato de ser uma super série, mas principalmente por me identificar diretamente com cada episódio, como terapeuta e como paciente que vive e viveu alguns processos terapêuticos ao longo da vida.


Para quem ainda não assistiu eu recomendo sem restrição, pois é uma “diversão terapêutica”, que nos coloca em contato com as histórias vividas pelas personagens de forma emocionante. Nossa humanidade é tocada pelas situações que assistimos e os sentimentos, as falas e os encerramentos das histórias nos provocam reflexões importantes, especialmente para os que desejam ter uma vida emocional mais equilibrada.


Meu prazer em acompanhar a série (fazer maratona e falar sobre por vários dias... [risos]), se dá pelo fato de também ser psicóloga clínica e saber que casos como os apresentados ali são questões humanas fundamentais e por isso causam a dor e o sofrimento que foram dramaticamente representados. Além disso tudo, as pessoas que se identificam com a série percebem na atuação brilhante de Selton Melo, a completa sintonia emocional com o papel profissional do terapeuta e com todas as demandas pessoais que o personagem Caio vive, desde o luto até a abertura para uma nova relação amorosa. Este retrato do terapeuta me encantou pelo realismo com que a série nos mostra sobre o que vivemos nos “bastidores” dos processos terapêuticos.


Ser psicoterapeuta é ter a coragem de olhar para o conflito emocional de outra pessoa, acolher, elaborar e junto com ela, ajudá-la a ressignificar sua história. Embora se diga muito sobre a impessoalidade necessária, a série nos mostra algo que está justamente na humanidade do terapeuta, pois ali ele é capaz de se emocionar, se preocupar, se solidarizar com o cliente de forma responsável e apropriada, sem misturar seus próprios conflitos com os dos clientes.


É neste lugar emocionalmente seguro de seu papel profissional, que o terapeuta tem que trabalhar incansavelmente ao longo de sua carreira, através de seu autoconhecimento e da supervisão de seus casos clínicos, para que não haja nenhuma interferência irresponsável no processo do cliente. E quando o terapeuta não tem esta consciência, o processo não termina como terminaram os casos que aparecem na série, ou seja, podem terminar mal.


Assim, pensando em assistir desde a primeira temporada novamente, eu deixo aqui a sugestão para você assistir com calma, aproveitando os seus capítulos como um exercício terapêutico, principalmente se você também for um terapeuta clínico. E se não for, aproveite também a série pela sutileza presente em cada cena, pois eu garanto que em todos os capítulos, você vai entender melhor sobre o processo terapêutico, sobre o manejo da clínica e sobre a Psicologia, além de aproveitar a atuação de atores de primeiro time do cenário nacional.


Luciana Lopes é psicóloga de adultos e casais com especialização em Psicodrama, desde 1996. Mentora e supervisora de psicólogos, idealizadora do projeto Papo da Terapeuta para Psicólogos que leva informações sobre manejo clínico e papel do terapeuta. Acompanhe seu trabalho em www.papodaterapeuta.com.br

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